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Íris Humana: Digital do Futuro ou Alvo de Preocupação?

Foto do escritor: Dr. Hálan CouraDr. Hálan Coura

A íris, parte colorida dos nossos olhos, é tão única quanto uma impressão digital. Suas características exclusivas têm se tornado alvo de empresas que veem na biometria ocular o futuro da identificação pessoal.

Íris Humana

Recentemente, o projeto Worldcoin, que registra a íris humana como uma forma de "impressão digital" altamente sofisticada, levantou questões significativas sobre privacidade e segurança de dados.

 

A Trajetória do Projeto no Brasil

 

No Brasil, o Worldcoin atraiu cerca de meio milhão de pessoas, oferecendo R$60,00 em criptomoedas em troca do registro da íris. A iniciativa cresceu rapidamente, especialmente em áreas periféricas de São Paulo, onde a promessa de dinheiro fácil encontrou terreno fértil.

 

Redes sociais como TikTok e o boca a boca contribuíram para a popularidade do projeto, que instalou pontos de escaneamento em locais estratégicos como estações de metrô, terminais de ônibus e centros comerciais.

 

Porém, a expansão foi interrompida. No dia 25 de janeiro, a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu o pagamento aos participantes, citando preocupações com a vulnerabilidade de populações de baixa renda e a falta de transparência do projeto.

 

Essa decisão levantou questões importantes: o que acontece com os dados coletados? Até que ponto os participantes entendem os riscos envolvidos?

 

A Biometria da Íris e Suas Implicações

 

Assim como a digital do dedo, a íris possui padrões exclusivos que podem ser usados para identificar uma pessoa de forma precisa. Essa tecnologia vem sendo apontada como o futuro da identificação, especialmente em um mundo onde sistemas cada vez mais avançados tentam distinguir humanos de inteligências artificiais.

 

Entretanto, especialistas alertam para os perigos de um uso tão invasivo de dados biométricos. Ao coletar informações tão íntimas, as empresas podem abrir precedentes para violações de privacidade.

 

A comercialização de dados pessoais, incluindo a íris, sem o consentimento claro dos indivíduos, é um dos principais motivos de preocupação.

 

Privacidade em Risco?

 

A falta de clareza sobre os objetivos do Worldcoin também é preocupante. Embora o projeto declare que a íris será usada para diferenciar pessoas de robôs, pouco se sabe sobre o destino final desses dados.

 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece regras claras para a coleta e o uso de informações pessoais, mas, na prática, garantir que as empresas respeitem essas normas nem sempre é uma tarefa simples.

 

O caso também levanta um debate sobre a ética no uso de tecnologias biométricas. Com dados como a íris em mãos de empresas privadas, existe o risco de que informações sejam vendidas ou usadas para fins comerciais sem o conhecimento dos indivíduos.

 

Uma Reflexão Necessária

 

O futuro da identificação humana parece caminhar para a biometria, mas é essencial refletir sobre os limites desse avanço.

 

A íris, tão única quanto a nossa digital, é mais do que uma ferramenta tecnológica; é um dado sensível que merece proteção.

 

Cabe à sociedade e aos órgãos reguladores garantir que esse futuro seja construído com responsabilidade e respeito à privacidade.

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